No interior do do Mosteiro Santa Cruz , a nave única e a capela-mor foram recobertas por uma abóbada manuelina de grande qualidade, em obras dirigidas por Diogo Boitaca e o coimbrão Marcos Pires. Cerca de 1530 foi adicionado sobre a entrada um coro-alto por Diogo de Castilho, sendo a parte escultórica de João de Ruão, onde foi instalado um magnífico cadeiral de madeira esculpida e dourada Este cadeiral é um dos raros da época manuelina ainda existentes no país, e deve-se ao entalhador flamengo Machim, que o havia esculpido para a capela-mor cerca de 1512. A nave contém ainda um belo púlpito renascentista, obra de Nicolau de Chanterenne, datado de 1521.
No século XVIII instalou-se um novo órgão, em estilo barroco, obra do espanhol Gómez Herrera, e as paredes da nave receberam um grupo de azulejos brancos-azuis lisboetas que narram passagens bíblicas.
Na capela-mor encontram-se os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal. Os túmulos originais encontravam-se no nartex da igreja, junto à torre central da fachada românica, mas D. Manuel I não achou condignas as antigas arcas tumulares e ordenou a realização de novas. Estas, concluídas por volta de 1520, são das mais belas realizações da arte tumular portuguesa. Chanterene realizou as esculturas jacentes representando os reis, enquanto outras esculturas e elementos decorativos se devem a vários outros ajudantes (Diogo Francisco, Pêro Anes, Diogo Fernandes, João Fernandes e outros). Ambos os túmulos estão decorados com muitas estátuas e elementos gótico-renascentistas, além dos símbolos de D. Manuel I, a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo.
A sacristia da igreja é um exemplar típico do estilo maneirista, construída entre 1622 a 1624 por Pedro Nunes Tinoco. A sacristia está decorada com azulejos seiscentistas e possui quadros notáveis de dois dos melhores pintores quinhentistas portugueses: Grão Vasco e Cristóvão de Figueiredo.1
A sala do capítulo, manuelina, construída por Diogo Boitaca entre 1507 e 1513, possui uma capela maneirista de São Teotónio, datada de cerca de 1588 e de autoria de Tomé Velho. Nessa capela se encontram os restos do fundador do mosteiro, canonizado já no século XII. Junto ao capítulo está o chamado "Claustro do Silêncio", obra de Marcos Pires construída entre 1517 e 1522, tendo abundante decoração manuelina. A fonte no centro é do século XVII.
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